domingo, 29 de setembro de 2013

42º Capitulo


                 Rodrigo fora completamente apanhado de surpresa com a súbita coragem de Tânia. Não contava que ela lhe perguntasse tal coisa.
                Tânia continuava a olhar para Rodrigo esperando alguma resposta vinda dele. Mas este continuava encostado à parede, de cabeça baixa e braços cruzados sem dizer qualquer coisa que fosse. Rodrigo tentava a todo o custo arranjar coragem para poder dizer algo a Tânia mas como há pouco acontecera a Tânia, Rodrigo não a conseguia arranjar em lugar algum.
O médico não demorou a aparecer com a ligadura. Enrolou a perna de Tânia e colou adesivo para a ligadura se poder segurar.
- Já estás pronta. Para a próxima tenta ter mais cuidado. – Enquanto o médico falava com ela, Rodrigo olhava-a com atenção. Tânia sorriu para o médico e dirigiu o seu olhar para Rodrigo, que mal ela olhou desviou o olhar. Parecia que estavam a jogar ao joga do gato e do rato. Quando Tânia olhava para Rodrigo este desviava o olhar e quando Rodrigo olhava para Tânia ela desviava o olhar.
O médico saiu do gabinete deixando Tânia e Rodrigo sozinhos. Rodrigo vira agora uma nova oportunidade de lhe contar a verdade. Ele tinha cumprido a sua promessa. Conduzira atrás da ambulância e ficara lá até saber se Tânia se encontrava bem é só depois é que decidiu abandonar o hospital.
A porta abriu-se novamente com uma enorme rapidez e por ela apareceu Nico. Notava-se que Nico percorrera todo a centro de treinos só pela respiração. Nico interrompera no preciso que Rodrigo lhe iria contar a verdade mas fora novamente interrompido desta vez por Nico.
Este nem notou a presença de Rodrigo quando entrou e percorreu a pequena distancia que separava a porta da maca onde Tânia se encontrava com a mesma rapidez que percorrera o centro.
- Porque é que saíste do sítio onde estavas? Estou à mais de 10 minutos á tua procura. – Repreendeu Tânia como se fosse uma criança de cinco anos.
- Desculpa, ok? Mas demoraste tanto tempo que decidi investigar o sítio. – Desculpou-se.
- Isso agora não importa. O que importa agora é como é que estás? – Falou com o tom meigo de maneira a acalmar Tânia que não tinha gostado nada da maneira que ele tinha falado.
- Estou bem. – Forçou um sorriso.
- Ainda bem. – Aproximou-se dela e gentilmente depositou um beijo na testa de Tânia. – Mas como é que vieste parar aqui? – Nesse preciso momento ouviu-se um grande estrondo. A porta acabar de ser fechada com uma enorme força. Tânia não precisava de olhar para saber quem fizera aquele enorme estrondo com a porta. Já Nico ficara confuso não sabia quem fora o culpado pela aquela porta ter batido com tanta força.
Enquanto percorriam o parque de estacionamento Tânia olhou em volta procurando algo que lhe dissesse que Rodrigo não se tivesse ido embora. Tânia sentia-se mal, afinal fora graças a ele que ela estava bem e em vez de lhe agradecer fora rude com ele.
Também havia outras razões pelas quais Tânia queria saber de Rodrigo mas ele resolvera não pensar nisso.
***
Passara uma semana desde do treino. Tânia não falara com Nico desde dai. Não porque não quisesse mas porque o tempo era escasso. A escola e as consultas do psicólogo ocupavam o seu tempo todo.
Então Nico decidira visitar Tânia. Ele sabia que Tânia ainda se sentia um pouco ressentida pela forma que ele lhe tinha falado quando a encontrou sentada na maca. Soubera que quem tinha fechado a porta com aquela força tinha sido Rodrigo e sempre que tentava falar com ele, Rodrigo arranjava alguma desculpa para que essa conversa não acontecesse. Mesmo sem saber e sem querendo Tânia estava a destruir uma amizade que apesar de não ser longa parecia que já se conheciam desde pequenos.
Nico tocou á campainha de casa de Tânia. E como habitual era Catarina quem abria a porta de casa.  
- Olá Nico! – A voz doce de Catarina fez Nico olhar em frente.
Devido à diferença de alturas Nico foi obrigado a baixar-se um pouco para cumprimentar Catarina.
- Olá! A Tânia está? - Perguntou depois de Catarina lhe ter dado passagem.
- Não. Ela foi à consulta do psicólogo. Só deve voltar por volta das sete horas. Pensava que sabias. - Catarina respondeu com um sorriso amável.
- Esta semana ainda não falei com ela. – Explicou-lhe. – Sendo assim vou-me embora.
- Porque é que não esperas por ela? – Propôs-lhe. – E assim ajudas-me a fazer um bolo. Pode ser?
- Boa ideia. – Nico despiu o casaco e juntou-se a Catarina na cozinha.
Catarina era uma pessoa bastante amável e era bastante fácil conversar com ela tinha sempre opinião sobre qualquer assunto.
- Podes-me passar o fermento. – Pediu Catarina.
- O que é o fermento?
- É esse pó branco. – Catarina respondeu-lhe enquanto mexia a massa do bolo. Nico olhou para as três taças que se encontravam à sua frente e todas elas tinham dentro delas um “pó” branco. Nico conseguiu identificar o açúcar mas das outras duas não sabia qual delas era o fermento e qual delas era a farinha.
- Podes ser mais precisa? – Pediu-lhe. Catarina olhou para ele e começou a rir-se.
- Não sabes qual é o fermento? – Catarina falou tentando controlar a gargalhada.
Nico abanou a cabeça ligeiramente em negação.
Catarina esticou-se e pegou na taça que continha o fermento. Verteu o fermento para dentro da taça maior e voltou a mexer a massa.
Nico observava Catarina enquanto ela cuidadosamente mexia a massa. Ele nunca reparara as diferenças que ela e a Tânia tinham. Catarina era loira, Tânia era morena. Catarina tinha os olhos castanhos, Tânia tinha os olhos azuis. Se não as conhece-se diria que Catarina era mais nova que Tânia. Catarina parecia estar menos desenvolvida a nível físico comparado com Tânia.
- Queres experimentar? - A pergunta de Catarina fez Nico acordar dos seus pensamentos.
- Experimentar o quê?
- A massa do bolo. Estás à algum tempo a olhar para ela.
- Pode ser. – Tânia afastou-se da bancada e caminhou até a uma gaveta de onde tirou uma colher. Depois voltou a caminhar até Nico. Mergulhou a colher na mistura e levou-a até à boca de Nico que logo se deliciou. Uma pequena gota da massa caiu na camisola de Nico sujando-a.

Catarina pegou imediatamente num pano húmido e começou a limpar a nódoa de bolo que havia na camisola de Nico. Este pegou-lhe nos pulsos porque com a força que ela fazia para tentar tirar a nódoa já o aleijava. Catarina olhou para ele. Sentia o seu coração a palpitar quando viu a cara de Nico. E sem ela esperar Nico beijou-a.



Olá!
Peço imensa desculpa por só actualizar a fic mas a falta de inspiração apoderou-se de mim é parecia que não queria sair.
Não estou muito contente com o capitulo mas foi o que me saiu.
Espero que esteja do vosso agrado e que comentem que é muito importante para mim. Agradecia que todas as que lessem comentassem era mesmo muito importante. Pedia também a quem comenta em anónimo que se identificasse.
Bejinhos,
Tânia

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

41º Capitulo




                Tânia não sabia o que responder. Era de facto gratificante ter sido convidada para assistir a um treino da equipa principal do Benfica, muitas pessoas adoravam que isso lhes acontecesse incluindo Tânia. Mas havia sempre um mas. Esse mas que ela não estava preparada para enfrentar.
                -E então vais?- Perguntou receoso e ao mesmo tempo radiante. Ele gostaria muito que Tânia o observa-se no seu “ambiente natural”.
                -Ela vai. – Respondeu a mãe de Tânia em vez dela. – A Tânia precisa de sair um pouco.
                -Então fica combinado. Venho-te buscar amanhã. – Por mais que Nico quisesse não conseguia esconder o quão radiante estava. Tânia apenas abanou a cabeça levemente e voltou a concentrar a sua atenção no prato que tinha à sua frente.
                Odeio-te Nico, pensou Tânia mentalmente. Ele nem se lembrara que Rodrigo iria lá estar. Iria ser um pouco constrangedor. Disso ela não tinha duvidas. Tudo poderia acontecer e Tânia tinha uma grande vontade de lhe apertar o pescoço por a ter abandonado.
                O resto do jantar passou-se rapidamente com a conversa bastante ativa entre Nico e a mãe e irmã de Tânia. Enquanto Tânia preparava-se mentalmente para o reencontro com Rodrigo.

***
                Tânia acabara de fazer um apanhado ao seu cabelo quando Catarina batera à porta avisando que Nico já a esperava no carro. Estava nervosa. Iria ser a primeira vez que ia ver Rodrigo depois do acidente.

                Tânia vestira um top branco com uns calções de ganga escura e umas sabrinas pretas. Estava demasiado calor para que Tânia quisesse vestir umas calças.
Pegou na sua mala castanha, colocou-a ao ombro e com a ajuda das suas canadianas caminhou até ao portão da entrada, onde Nico já se encontrava encostado ao carro.
                Assim que a viu, Nico caminhou na sua direção no intuito de a ajudar.
                - Estás linda. – Falou Nico enquanto ambos colocavam o cinto de segurança.
                -Estou normal, Nico. – Afirmou Tânia olhando para Nico.
                - Mas para mim estás sempre linda. – Falou sem olhar para Tânia. E ainda bem porque Tânia corou. Mas porque raio ela tinha tido esta reação? Porque raio ela tinha corado? Tânia também não sabia e ela maltratava-se mentalmente por isso.
                - Obrigada! – Agradeceu olhando pela janela para que Nico não notasse que ela tinha corado.
                O caminho até ao centro de treinos do Benfica foi calmo sem grandes conversas entre Tânia e Nico.
                Um nervoso miudinho apoderou-se de Tânia assim que Nico estacionou o carro no parque de estacionamento.
                Novamente com a ajuda de Nico, Tânia caminhou até ao relvado onde já se encontrava toda a equipa técnica junta. Encaminhou-a para uns bancos onde havia bastante água engarrafada, certamente quando tivessem uma pausa no treino todos os jogadores iriam concentrar-se ali e Tânia não gostava nada mas mesmo nada da ideia. Ajudou-a a sentar-se com toda a delicadeza que era possível e colocou as canadianas no chão.
                - Nos treinos não tem tu esse cuidado todo. – Refilou um homem que se acabara de aproximar deles.
                A voz não era desconhecida para Tânia. Certamente já tinha ouvido em algum lado mas não se lembrava onde e quando até olhar para o homem de cabelos brancos que estava à sua frente.
                -Tu deves ser a rapariga que o Nico está sempre a falar. – Aproximou-se mais deles.- Já agora sou o Jorge Jesus, treinador aqui desta papoila.
                - Eu sou a Tânia. – Apesar de Jorge saber quem ele era. Tânia achou que era melhor haver uma apresentação oficial.
                - Então o que te aconteceu à perna? – Perguntou apos visualizar a perna de Tânia. Mas antes que esta pudesse responder Jorge virou-se para Nico. – E tu o que é que ainda estás aqui a fazer? Vai-te vestir que o treino está quase a começar. E fica descansado que eu tomo conta da tua menina enquanto te estiveres a equipar. – Falou a última frase num tom brincalhão.
                Tânia não tinha gostado nada do que Jorge tinha dito. Ela não era a menina de Nico e provavelmente nunca viria a ser.
                Nico assentiu e antes de se encaminhar para o balneário beijou levemente a testa de Tânia.
*** 
                Nico entrou com toda a rapidez que tinha no balneário e constatou que era o único que ainda não estava equipado.
                - Nico, estás atrasado. – Falou grosseiramente Luisão. Como capitão e jogador daquela grande instituição não gostava quando um companheiro seu chegava mesmo em cima da hora de treino.
                - Eu sei e peço desculpa por isso. Mas estive a falar um pouco com o Mister. – Falou retirando do seu saco o equipamento e as chuteiras.
                Luisão apenas assentiu e voltou novamente a sua atenção apara o que estava a fazer.
                -Nico! – Desta vez quem o chamou foi o seu compatriota Maxi. – O Mister disse que irias trazer ia pessoa para ver o nosso treino. Quem é? – Naquele momento toda a atenção dos jogadores estava centrada neles. – Nós conhecemos? – Finalizou.
                - É a Tânia. – Declarou calmamente.  
Já a calma não se presenciara em Rodrigo que assim que ouviu o nome de Tânia ficou nervoso.  O seu coração palpitou de tal maneira que parecia que o ia vomitar
Rodrigo engoliu e respirou fundo antes de abandonar o balneário com todos od seus colegas de equipa.
                Em breves segundos trespassaram a porta que dava acesso ao relvado e foi muito fácil para Rodrigo conseguir identificar Tânia. Para além de ser a único rapariga naquele espaço , estava sentada no bancos a falar animadamente com Jorge Jesus. O seu coração palpitou ainda mais do que anteriormente.
Foi uma questão de segundos até Tânia se sentir observada e olhar para Rodrigo. Era fácil de localiza-lo visto que era o único que ainda se mantinha à entrada do relvado.
Raiva e juntamente tristeza apoderaram-se de Tânia e esta rapidamente desviou o olhar para o amontoado que se fazia sentir no meio do relvado.
Minutos depois, o treino começara.
Tânia tentava observar todos os jogadores mas o seu olhar caia para apenas um. E por mais que quisesse olhar para os outros jogadores não conseguia. Porque sempre que olhava para outros jogadores, Rodrigo aproximava-se deles. Parecia que fazia de prepósito.
Depois de alguns exercícios feitos, Jorge Jesus decidiu dar um pequeno intervalo aos seus jogadores. Aquela parte que Tânia desejava que não acontecesse.
Um por um agarrou numa garrafa de água e depois de cumprimentarem ou falarem a Tânia afastavam-se. Já o mesmo não fez Rodrigo que era o último da fila. Sentou-se o pé de Tânia. Com dois bancos de distância dela.
Rodrigo respirou fundo antes de falar.
- A tua perna está melhor? – Levou a garrafa à boca para beber um pouco de água. Tânia olhou para Rodrigo. Não estava nada à espera que este lhe dirige-se a palavra muito menos que mostrasse alguma preocupação em relação a ela.
Tânia tentava dizer algo mas quando abria a boca apenas saia ar. Era notável que estava nervosa mas ela notara que Rodrigo também estava. Ele rasgava o papel que havia em volta da garrafa. Respirou fundo mas antes que fosse capaz de dizer alguma coisa foi interrompida.
- Rodrigo. – A mesma voz que à pouco tinha brincado um pouco com Nico agora gritava o nome de Rodrigo. – Sei que estás cansado, alias todos estão mas levanta esse rabo e junta-te aos teus colegas. – Jorge nem tinha notado que ele se sentara ali para puder falar com Tânia, quer dizer, ao menos tentar.
A segunda metade do treino passara sem qualquer diferença da primeira. Tânia por mais que não quisesse olhava constantemente para Rodrigo. E este por vezes também a olhava.
*** 
O treino terminara, aproximadamente, há cinco minutos e todos os jogadores já se tinham retirado ao balneário. Tânia encontrava-se, agora, sozinha naquele enorme espaço.
Mais alguns minutos passaram e Tânia ainda se encontrava ali. Nico não dava sinais de vida. Provavelmente ainda se estaria a preparar.
Tânia levantou-se e caminhou com a ajuda das canadianas. Percorreu enormes corredores até se aperceber que se tinha perdido. E para ajudar ainda mais, Tânia colocou mal a canadiana no chão e esta escorregou fazendo Tânia cair no chão.
Uma enorme dor apoderou-se na sua perna magoada. Olhou em volta mas não havia viv’alma naquele espaço. Onde se teria metido toda a gente quando ele precisava?
Pequenas lagrimas se formaram nos olhos mas Tânia limpou-as antes que escorressem pela cara. Por mais que a perna lhe doe-se Tânia tentava-se levantar mas era tentativas falhadas. Até sentir uns braços a ajuda-la a levantar-se. Não sabia quem era aquele homem misterioso mas certamente estava-lhe agradecida por tê-la ajudado.
Mas o seu anonimato não se perlongou por muito tempo. Tinha sido Rodrigo que a tinha ajudado a levantar-se.
- Estás bem? – Perguntou-lhe percorrendo o seu olhar por Tânia.
Esta como à bocado não conseguia dizer nada.
- Estas a sangrar. – Concluiu Rodrigo assim que observou a perna de Tânia.
Sem Tânia ter tempo de dizer alguma coisa Rodrigo pegou-a o colo estilo noiva e caminhou por aqueles longos e indetermináveis corredores que conhecia tão bem até chegar a uma porta onde se podia notar escrito Gabinete Médico.
Tânia durante o caminhou deixou-se estar calada. Sabia bem, estar nos seus braços. Por mais que não o quisesse admitir. Mas era a verdade.
Rodrigo da maneira que pode bateu à porta para que o médico soubesse da sua presença ali. A porta abriu-se rapidamente e Rodrigo entrou na divisão sem qualquer autorização do médico. E pousou-a na maca.
- Ela tem a perna a sangrar. – Informou o médico antes de ele lhe ter perguntado qualquer coisa.
O médico aproximou-se de Tânia e retirou-lhe as ligaduras que lhe envolviam a perna. Limpou o sangue e colocou um adesivo a tapar a ferida.
Durante esse processo Rodrigo manteve-se encostado à parede mais próxima observando tudo o que se passava.
O médico vasculhou a mala de primeiros socorros procurando a ligadura mas depois de procurar bastante concluiu que lhe faltava. Sem excitações levantou-se e caminhou até à porta mas foi travado por Rodrigo que lhe agarrou o braço antes de poder sair.
- Onde vai?
- Vou buscar ligaduras. Já não tenho na mala. – Depois da explicação dada a Rodrigo, este largou-lhe o braço e deixou-o sair.
O ambiente não era dos melhores. Nem mesmo quando o médico se encontrava na divisão. Rodrigo não tinha coragem de olhar para Tânia. E se o fizesse provavelmente não se iria aguentar muito tempo sem fazer qualquer coisa que a Tânia não pudesse gostar.
- Porque me abandonas-te no dia do acidente? -   Falou o mais rápido que pode antes de perder a coragem.
- Ahm?! – Rodrigo fora apanhado de surpresa. Não contava que Tânia lhe dissesse qualquer coisa.
            - No dia do acidente, tu prometes-te que irias seguir a ambulância até ao hospital e não o fizeste. Porquê?



Olá meninas!
Peço imensa desculpa por só estar a postar agora mas as minhas férias com o meu pai prelongaram-se até dia 26. Quis aproveitar o maximo tempo que estou com ele pois eu só o vejo duas vezes por ano que é no verão e no Natal por isso espero que compreendam. E ainda o meu computador ( onde tenho tudo da fic) voltou-se a estragar- Não tenho mesmo sorte.
Deixo-vos aqui um capitulo bem grandinho com 5 paginas do word.
Espero que gosto e que me desculpem.
Ah! E comentem.
Beijinhos Tânia.

domingo, 4 de agosto de 2013

40ºCapitulo


Tânia voltou a observar meticulosamente aquele grande e volumoso envelope. Mas quem teria enviado aquilo? E o que estaria dentro dele?
Sem esperar mais um segundo Tânia abriu o envelope e não foi preciso observar duas vezes o seu conteúdo para saber quem enviara. Retirou o pequeno objecto do seu interior e olhou para dentro do envelope verificando se não havia mais nada dentro dele. De facto não havia mais nada. Ele não pusera mais nada dentro do envelope. Ao menos poderia ter escrito alguma de maneira a explicar-lhe porque é que não cumprira a sua promessa antes de ela ter entrado dentro daquela ambulância. Ela só entrara naquele carro porque ele prometera que iria atrás dela mas ele tinha-a iludido.
Tânia tinha a certeza que o envelope tinha sido colocado pelo próprio dentro da caixa do correio pois era impossível tê-la enviado pelo correio sem colocar a morada.
Tânia por breves momentos lembrou como ocasionalmente Rodrigo tinha descoberto onde ela vivia e consequentemente a tinha salvo de cair do telhado.

***

Os dias foram passados e a sua rotina baseava-se entre a escola, psicólogo e as constantes visitas de Nico ou de Madalena, principalmente aos fins-de-semana.
Esta semana tinha sido muito entediante para ela. A sua mãe não a deixava sair para lado nenhum com medo que lhe pudesse acontecer mais alguma coisa.
Tânia estava a enxugar os seus longos e castanhos cabelos quando batem á porta. Ela não esperava ninguém, contudo sabia quem era a pessoa que estaria a bater há porta.
- Entre. – Falou continuando a enxugar os seus cabelos molhados.
- Vim em má altura? – Perguntou assim que viu Tânia a secar os seus cabelos.
- Não. Estava a enxugar o cabelo. Não esperava a tua visita hoje. – Confessou.
- Pois mas eu estava em casa sem fazer nada e decidi vir visitar-te. Fiz mal? – Falou sentando-se ao lado dela.
- Não. O que é que trazes ai no saco? – Perguntou depois de olhar para ele pela primeira vez.
- Como sei que agora mal sais de casa e como és muito gulosa, trouxe uns chocolates que tu adoras e umas gomas. – Falou já rindo devido à cara de felicidade de Tânia.
- Obrigada Niquito. – Abraçou-o dando um pequeno beijo na bochecha.
- Sabia que ias gostar. És bastante previsível. – Sorriu. Tânia ao de leve deu uma pequena chapada no braço de Nico e também se riu. – E a tua perna como está?
- Está melhor. O médico disse que mais uns dias e já não preciso de usar as canadianas. – Tânia tinha seguido todos os conselhos que o médico lhe tinha dado. Mesmo que não o quisesse fazer tinha em casa duas pessoas que a obrigariam com certeza a fazer tudo o que o médico tinha indicado.

***

Tinham passado algumas horas que Nico visitará Tânia e este ainda se encontrava lá. Com ele o tempo de Tânia passava mais rápido e impedi-a de pensar demasiado no Rodrigo. O que se tornava impossível porque até sonhava com ele. Mas com Nico ao pé dela era diferente. Ela sabia que o que ela sentia por Nico não se podia comparar ao que sentia por Rodrigo.
Quando deram por si, já mais de metade dos chocolates e gomas tinham sido comidos enquanto eles conversavam. Mas a sua conversa foi interrompida pelo bater na porta.
- Entre. – Tânia falou e rapidamente a pessoas que batera à porta entrou.
- É para irem jantar. – Falou Catarina, irmã de Tânia.
- Bom, como vais jantar eu vou-me embora. – Falou levantando-se e começando a calçar os seus ténis.
- Não vais nada. – Falou Catarina. – A minha mãe fez jantar a contar contigo portanto jantas cá.
- Eu não quero incomodar. – Parou de se calçar e olhou para Catarina e depois para Tânia.
- Se estivesses a incomodar provavelmente já te teria posto na rua. – Desta vez foi Tânia que falou. Já não era a primeira vez que Nico lá jantava e por mais que ele não quisesse admitir a verdade é que ele adorava ter a companhia de alguém para jantar, fazia-o sentir mais alegre e não tão solitário. – Portanto ajuda-me a levantar e vamos jantar. - Nico caminhou até Tânia e pegou-a ao colo estilo noiva e caminhou até à cozinha apesar dos seus protestos.
  Sentou-a na cadeira e segundos depois começaram a jantar. Estava a ser um jantar bastante alegre até o Nico falar uma coisa que deixou Tânia de pé atrás.

- E que tal amanhã ires ver um treino meu? – Perguntou enquanto levava um bocado de arroz à boca. Ela gostava de ir mas isso implicava ter de olhar para a cara de Rodrigo e isso era a ultima coisa que ela queria neste momento. Deveria ela aceitar este pedido de Nico?


Olá meninas!
Bem aqui fica mais um capitulo.
Queria-vos dizer que agora vou de ferias para a minha terra natal e só devo volta por volta do dia 15 e assim ficarei sem actualizar a fic durante alguns dias. Espero que com esta paragem não perca leitoras. Irei tentar escrever o mais possível para que quando chegar postar logo.
Espero que gostem deste capitulo e comentem. E que também tenham uma boa continuação de férias.
Bjs e até  daqui a 12 dias,
Tânia Matos

segunda-feira, 22 de julho de 2013

39º Capitulo

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De alguma maneira Rodrigo sentia-se culpado pelo que Tânia estava a passar. Se ao menos ele tivesse sido mais rápido a sair do carro poderia ter mudado tudo. Assim Tânia já não estaria magoada na perna, já não andava de canadianas e não teria de ser acompanha por um psicólogo. Realmente aquele acidente tivera grande impacto na vida de Tânia. Como se costuma dizer, a toda a sua vida lhe tinha passado pela mente naquela fracção de segundos.
Rodrigo encostou-se à porta, depois de Nico ter abandonado o seu espaço. Deslizou pela porta e deixou-se estar sentado. Tinha uma grande vontade de chorar mas controlou-se ao máximo.
Mas se ele não tivesse lá estado, quem teria ajudado Tânia? Quem a teria tirado daquele estado de hipnose? Quem a teria acalmado se ele não tivesse presenciado tudo? Exacto, ninguém. Ninguém a teria ajudado. Toda a gente se teria preocupado com os corpos ensanguentados que jaziam no chão. Era obvio que a única pessoa que realmente lhe interessava no meio daquele acidente era Tânia mas ele tivera o cuidado de verificar se as outras pessoas estavam bem e ainda de telefonar para as urgências antes de virar a sua atenção para Tânia.
As imagens do acidente passavam, sucessivamente, na sua mente. Sentia-se desesperado e novamente varias perguntas assombraram a sua mente. Sendo que uma delas se destacava de todas. E se Tânia saísse gravemente ferida daquele acidente?

***
Tânia não escondeu a surpresa quando viu Flávio a entrar pelo seu quarto. Mas o que faria ele ali?
- O que é que fazes aqui? – Apesar de tudo ela sentia nervosa com a sua presença. Não porque gostava dele porque sentimento à muito que tinha desaparecido mas sim porque não sabia o que ele poderia fazer.
- Soube o que te aconteceu e vim ver-te. – Proferiu aquelas palavras sempre de cabeça baixa e brincando com os pés.
- Ohhh. – O ambiente entre eles os dois estava estranho. Pesado seria mesmo a palavra adequada para o ambiente que se sentia naquele quarto. Eles não se falavam desde daquela discussão que tivera lugar na escola. – Senta-te. – Falou apontando para o fim da sua cama. Ele assim o fez.
- E já estás melhor? – Perguntou Flávio depois de se sentar ao fim da cama.
-Sim. – Respondeu enquanto se metia numa posição um pouco mais confortável mas ainda mantendo um espaço entre eles significativo. – Quem é que te contou o que se passou comigo? – Perguntou rapidamente.
- A tua mãe ligou à minha e contou-lhe. E ela achou por bem vir cá visitar-te. Eu disse-lhe que não era uma boa ideia. Claro que queria saber como estavas mas achei que não irias achar muita piada à ideia. E estou certo, não estou? – Flávio olhou para Tânia e viu-a a abanar a cabeça em sinal de afirmativo. Flávio moveu o olhar para as suas mãos que brincavam uma com a outra. – Porque é que me tratas assim? – Perguntou sentando-se mais perto de Tânia. – Tu sabes que te amo e ainda me tratas assim. – Pousou as suas mãos na cara de Tânia. Ele tinha tanta saudade de lhe tocar, de a beijar. – Dá-me mais uma oportunidade. É tudo o que te peço. – Flávio foi se aproximando da cara de Tânia. Era previsível o que ele iria fazer. Ao ultimo segundo Tânia desviou a cara e retirou as mãos dele da sua cara.
-Pára Flávio, pára! Eu já não te amo! Percebe isso de uma vez por todas. E mesmo que te amasse, eu não te conseguiria perdoar. Tu traíste-me. Acabou. – Afastou-se de Flávio ficando à ponta da cama. – Acho que está na hora de seguires de procurares outra pessoa. É o melhor.
- Mas tu sabes quem é que eu quero.
- Pois. Mas é tarde demais. E se podes fazer o favor de sair, é que hoje foi um dia longo e quero descansar. – Apontou para a porta do quarto.
- Claro. – Levantou-se e caminhou até à parta e colocou a mão na maçaneta e virou-se para tarde. – Espero que melhores e rápido. – Tânia reparou que Flávio controlava para não derramar as lágrimas que se faziam sentir nos seus olhos. Mas sinceramente Tânia não se importava com isso. Podia estar a ser insensível mas ele também não se tinha importado pelas lágrimas que ela tinha derramado quando soube que fora traída e alias ele só estava a ter o que merecia. Estava a sentir o mesmo que Tânia sentia naquele tempo.
***
Tânia sentia-se fisicamente exausta. Na noite anterior não tinha conseguido dormir nada. Parecia que tinha acordado mais cansada do que se deitou. Como agora era rotina, Tânia estava sentada na cama a ler um livro quando Catarina entrou pelo quarto e pousou um envelope em cima das pernas de Tânia.
- É para ti. – Falou e depois saiu do quarto.
Olhou para o envelope e apenas vinha escrito o seu nome. Observou o envelope e tentou encontrar qualquer coisa que identificasse quem teria enviado aquela carta. Mas não havia nada. Mas de quem seria aquele envelope? E o que continha aquele envelope volumoso?
 
 
Olá!
Bem queria-vos pedir desculpa pelo tempo em que demorei a postar este capitulo mas é que a inspiração andou mesmo em baixo e andei a escrever este capitulo durante três semanas. Não é o melhor capitulo que eu escrevi mas foi o que nestas três semanas me saiu.Mais uma vez peço imensa desculpa e espero que com esta demora não tenham desistido da minha fic.
Espero que gostem e principalmente comentem porque isso é muito importante para mim.
Beijinhos,
Tânia.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

38º Capitulo

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    Tânia tentava controlar as lágrimas. Ela esperava encontra-lo assim que saísse daquele sitio que odiava. Mas não. Ele não estava lá. Talvez nem tenha lá estado e ele prometera que iria segui-los até ao hospital.
    Viu a sua mãe sentada numa cadeira com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cara. Juntamente com ela estava a sua irmã numa tentativa de acalmar a sua mãe que estava bastante chorosa.
    Catarina desviou o olhar para a porta que dava acesso à parte hospitalar e viu Tânia sair dele. Avisou a sua mãe que rapidamente caminhou até Tânia. Abraçou com uma força imaginável e ainda lhe encheu a cara com pequenos beijos. Ambas ficaram mais descansadas depois de a enfermeira as ter posto a par das ocorrências. Informou-lhes que durante um indeterminado tempo Tânia seria acompanhada por um psicólogo, coisa que não era bem aceito por Tânia. Não estava nos seus planos por lá os pés. A enfermeira loira entregou um papel com o horário das consultas. As consultas iriam ter lugar a sua sexta à tarde por volta das cinco.
    Com a ajuda das canadianas e da sua irmã caminharam até ao carro. Era a primeira vez que ela andava com canadianas e ela odiava. Mas podia espera para se livrar delas.
    A viagem até casa parecia nunca mais acabar. Estava farta de estar dentro daquele carro. Estava encostada ao vidro da janela sempre com o pensamento nele. Mas porque é que ele prometera que iria estar lá se não a cumpriu?
    Sem querer pequenas lágrimas começaram a cair-lhe pelo rosto. Apressou-se a limpa-las para que a sua mãe e irmã não notassem.
***
    Tânia encontrava-se sentada na cama, onde estivera durante toda a tarde. Agora folheava o seu livro de História de modo a poder relembrar a matéria dada. Mas por mais que quisesse não conseguia. Estava com calor e farta de estar sentada na cama. Posou o livro nas pernas e pegou na carteira que estava a seu lado e procurou o seu telemóvel. Vasculhou a carteira toda mas não havia sinais do pequeno aparelho. Atirou o livro para o chão e chamou a sua irmã, que rapidamente entrou no seu quarto.
    - Sabes onde está o meu telemóvel? – Perguntou dirigindo o olhar para a rapariga loira. Voltou a procurar na carteira e só depois se lembrou que a ultima pessoa a ter tocado no telemóvel tinha sido Rodrigo. Será que ele tinha ficado com o seu telemóvel? Seria possível pois ele não tinha seguido a ambulância até hospital. E agora como iria recuperar o seu telemóvel? Não podia nem queria olhar para ele.
   - Não desculpa. – E saiu do quarto. Suspirou alto. Ele não tinha a tinha seguido. Ela ainda tinha esperança que pudesse estar enganada mas era verdade ele não tinha lá estado.
    Jantou ali no quarto e ainda teve direito à companhia de Nico que soubera de tudo o que acontecera. Não de tudo porque Tânia ocultara o facto de ter sido o Rodrigo a estar presente naquele acidente.

***
    Rodrigo acabara de chegara a casa. Sentia-se exausto tanto fisicamente como mentalmente. As imagens de Tânia a entrar para a ambulância passavam consecutivamente na sua mente.
    Atirou todas as coisas que tinha nos bolsos para cima do sofá. E ai reparou que tinha ficado com o telemóvel de Tânia. Isto não podia ter acontecido. Ele não podia ter ficado como telemóvel dele. E agora? Como é que ele fazia para lhe devolver o telemóvel?
    Deixou-o estar ali no sofá e dirigiu-se para a casa de banho, onde tomou um longo banho de modo a poder relaxar.


    Estava sentado a ver televisão mais propriamente a fazer zapping quando a campainha tocou. Estranho. Ele não estava à espera de ninguém principalmente a esta hora. Posou o comando e antes de abrir a porta foi vestir uma camisola. Enquanto voltava do quarto voltaram a tocar à campainha.
    - Só um bocadinho. – Falou antes de abrir a porta. Abriu a e por detrás estava o Nico.
    - Estavas a dormir? – Perguntou Nico depois de entrar.
    - Quase. – Coçou ligeiramente a cabeça. – Mas passa-se alguma coisa? – Perguntou depois de olhar para a cara de Nico que não era das mais felizes.
   - Acho melhores sentarmo-nos. – Falou dirigindo-se para a sala. Rodrigo seguiu-o. Estava de facto preocupado. Mas o que é que se passara para que ele lhe viesse bater à porta a estas horas?
    - Estás a deixar-me preocupado. O que é que se passa? – Perguntou visivelmente preocupado.
    - Bem…- Respirou fundo antes de continuar a falar. – A Tânia esteve envolvida num acidente.
    - O quê? – Rodrigo tentou fazer-se de surpreendido porque ele já sabia. Ele tinha assistido a tudo. - Mas ela está bem? – Perguntou. Na verdade ele não sabia se ela estava bem ou não. Tinha-se ido embora depois de comunicar o sucedido à família dela.
    - Está. Os médicos disseram que não era nada de grave mas disseram que por tempo indeterminado teria de ser acompanhada por um psicólogo. – Esta última informação tinha apanhado Rodrigo desprevenido.
***
    Já fazia algum tempo que Nico tinha abandonado o quarto de Tânia. Esta encontrava-se novamente sozinha.
    Ela estava aborrecida e farta de estar ali. Ela queria poder levantar-se e andar sem ter de se apoiar nas malditas canadianas.
    Pegou num livro que já estava meio lido. Nestes últimos tempos não tivera tempo para lê-lo.
    Não demorou muito para que se sentisse totalmente concentrada na história do livro. Era de facto fascinante aquela história.
    A sua leitura foi interrompida pelo bater da porta do se quarto.
   - Entre. – Falou e voltou os seus olhos novamente para o livro. Ouviu a porta a abrir e depois a fechar. Moveu o olhar para o corpo que estava em frente à porta e ficou surpreendida. – Flávio?!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

37º Capitulo –“ Não fiques triste.”


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Rodrigo tentou acompanhar a ambulância mas parecia impossível visto que esta seguia a uma velocidade alucinante.
Não demorou muito até Rodrigo chegar ao hospital. Entrou logo para a sala de espera visto que a Tânia já tinha entrado. Assim que entrou foi alvo de olhares por parte das pessoas que estavam na sala. De facto estava habituado a ser observado mas devido ás circunstancias que se encontrava ali, não se senti de todo confortável.
Eram audíveis os murmúrios que se faziam sentir na sala. Rodrigo dirigiu-se para o sítio mais recatado na sala. Sentou-se num banco.
Por momentos ficou ali sentado brincando com os dedos das suas mãos ensanguentadas. Era esse o motivo pelo qual as pessoas tinham olhado para ele. Mas Rodrigo não estava com disposição nenhuma para tocar de roupa. Deixou-se ficar ali sentado.
Não sabia quanto tempo havia passado, apenas ficara ali sentado a observara as pessoas que entravam e saiam. E de todas as vezes elas lançavam-lhe um olhar de pena. Era um pouco estranho ver um jogador de alta competição como Rodrigo, coberto de sangue sem saberem o motivo em concreto para estar assim.
Rodrigo continuava sentado na posição inicial. Encostado, pernas ligeiramente flectidas e cabeça baixa.
- Vó! Poque é que o Rodigo do Benfica tem as mãos e a camisola suja de vermelho? – Perguntou um menino de 4 anos que passava por ele. Rodrigo elevou o olhar para poder visualizar o pequeno menino. Este também olhava para ele. O sues olhos mostravam estranheza e incompreensão.
O menino largou a mão da sua avó e correu apressadamente em direcção a Rodrigo. Assim que chegou perto dele, colocou delicadamente a sua pequenina mão no joelho.
- Não fiques triste. – Falava afagando o seu joelho. – O vemelho vai voltar pa’ camisola. – Apesar de a situação não ser a mais adequada para sorrir, Rodrigo fê-lo pela inocência que o menino mostrara. Afinal pensara que o sangue que tinha nas mãos provinha da camisola que representava. De facto as crianças são a melhor coisa do mundo.
A avó do menino apressou-se a ir ter com eles. Pegou na mão do menino e olhou para Rodrigo.
- Peço desculpa. – Desculpou-se a senhora que aparentava ter os seus sessenta anos. Gentilmente mandou o seu neto para a mesa. Voltou a sua atenção para Rodrigo. – Tenho a certeza que ela vai ficar bem. – Sorriu levemente.
- Mas… Como… É que…- Rodrigo não consegui terminar de falar. A senhora já se tinha afastado.
Rodrigo levantou-se dali e foi em direcção ao carro, onde tirou o seu saco de treinos. Provavelmente teria uma camisola limpa dentro dele. Voltou para dentro do edifício e caminhou sobre o olhar atento das pessoas presentes para a casa de banho.
Posou o saco em cima do lavatório. Abriu a torneira e lavou as mãos retirando todo o sangue presente nelas.
Passou a cara por água e olhou-se ao espelho enquanto a água lhe escoria pela cara. Como seria possível, isto estar-lhe a acontecer? Certamente não queria estar ali. Não queria ver a Tânia sofrer.
Secou as suas mãos nas calças. Enquanto o fazia sentiu um alto no bolço das calças. Retirou o objecto do bolço. Aquele objecto que o fazia recordar o que tinha acontecido momentos atrás. Aquele telemóvel que fazia relembrar o acidente.
Pegou na camisola limpa e entrou para o compartimento da casa de banho, onde despiu a suja e vestiu a limpa. Arrumou as coisas do saco.
O seu olhar voltou a cair no telemóvel. Pegou nele e no saco e encaminhou-se para a sala de espera.
Sentou-se sempre com o olhar dirigido para o pequeno aparelho. Devia ele mexer nele sem ordem? Ele sabia que não devia mas tinha de o fazer. Tinha de avisar a família da Tânia.
Desbloqueou o telemóvel e a primeira coisa que viu foi a fotografia de fundo. Na fotografia estava ela mais uma rapariga que supôs ser a Madalena.
Rapidamente procurou na lista um contacto que pudesse ligar. Aquele que era mais óbvio era o da mãe dela e esse estava fora de questão. O que diria a mãe dela assim que ouvisse a voz de um homem. Procurou outro e apareceu o da irmã. Parecia mais razoável mas ainda assim um pouco estranho. Mas não tinha outra hipótese. Carregou no botão verde e encostou o telemóvel ao ouvido.
Bastou três toques para que se ouvisse uma voz feminina a falar.
“ Estou! Tânia finalmente que telefonas estava a ficar preocupada”
“Não é a Tânia” – Falou. Notava-se bem que estava nervoso.
“O que é que se passa? E quem és tu”- Perguntou num tom preocupado.
“Sou um amigo da Tânia. Ela…Ela está no hospital”- Falou rapidamente.
“O quê? O que é que se passou?”
Rodrigo explicou-lhe tudo sem revelar a sua identidade.

***
Tinha passado algumas horas desde que Tânia dera entrada no hospital. Ela estava farta de estar ali. Farta de fazer exames e mais exames. Quanto ao ferimento na perna não fora nada de grave mas por algumas semana teria de andar com ajuda de canadianas.
Com a ajuda da enfermeira Tânia encaminhou para a sala de espera, onde estaria Rodrigo à sua espera. Assim que chegaram à sala de espera, Tânia ficou desiludida.
Rodrigo não estava lá tal como prometeu. Ele não cumprira o que prometera. No lugar dele encontrava-se a sua mãe e a sua irmã.

sábado, 1 de junho de 2013

36ºCapitulo – “As minhas mãos estavam ensanguentadas…”




(Rodrigo)
Percorri o meu olhar pelo local e havia pelo menos duas pessoas feridas deitadas no chão. E felizmente nenhuma delas era a Tânia, o que fez descansar o meu batimento cardíaco.
Aproximei-me das pessoas e sem as mover do sítio verifiquei as suas pulsações. Assim que verifiquei que havia batimento peguei no telemóvel e rapidamente marquei 112. Foi questão de segundos até eles atenderem e eu puder explicar tudo o que se passara. Informaram-me que dentro de poucos minutos a ambulância chegaria. Coloquei o telemóvel que agora estava ensanguentado no bolso das calças e dirigi o meu olhar para a pessoa que se mantinha em pé.
Era ela.
O seu corpo estava a milímetros do carro. Mantinha-se de frente para o carro completamente paralisada, apenas o seu cabelo esvoaçava devido ao vento.
Cheguei perto dele e suavemente coloquei a minha mão no seu ombro. Ela antes de se virar ainda estremeceu um pouco mas de seguida quando se virou e me viu atirou-se para os meus braços rompendo num choro compulsivo, que fazia o meu coração minguar com a dor que ela deixava sair pelo seu choro. 
-Vai ficar tudo bem. – Sussurrei-lhe ao ouvido enquanto passava delicadamente os meus dedos pelo seu longo e castanho cabelo. Sabia que ela estava com medo.
O seu telemóvel estava caído no meu da estrada e aparentava não ter nenhum estrago. Lembrei-me logo da pessoa com que ela estava a falar há momentos. De certo estaria muito preocupada pois a ultima coisa que ouvira fora um grito da Tânia.
Larguei-a e debilmente peguei na sua mão e conduzia até ao sítio onde se encontrava o telemóvel. Apanhei-o e verifiquei se não tinha nenhum estrago estando sempre submersos pelo o olhar frágil e medroso da Tânia.
Puxei-a para perto do meu carro sempre com o cuidado de ela não olhar para as pessoas jazidas no chão. Mas em vão.
O seu olhar ficou petrificado naqueles dois corpos femininos ensanguentados.
Quase que podia adivinhar os pensamentos que lhe passavam pela mente.
Podia ter sido ela. Podia ser ela neste momento deitada no chão ferida. E eu a assistir a tudo sem puder fazer nada. Sem a puder salvar.
Voltei a agarrar a sua mão e ela imediatamente olhou para as nossas mãos agora unidas. Estremeceu. No início não percebi a sua reação mas quando olhei para as nossas mãos vi a razão que a fez estremecer. As minhas mãos ainda se encontravam ensanguentadas e agora as dela também estavam.
Olhamo-nos novamente.
Os seus olhos voltaram a ficar vermelhos fazendo contraste com o azul e novamente os seus olhos soltaram lágrimas.
Com o polegar limpei o máximo de lágrimas que consegui mas parei no momento em que vi que as suas bochechas estavam a marcadas com o sangue que ainda predominava nas minhas mãos.
O condutor do carro estava sentado no chão com as pernas junto ao seu peito. A sua cara estava vermelha de tanto chorar. Devia ter os seus trinta anos e provavelmente teria uma família que dependia dele. Que por causa de uma distracção, que se tornou grave, ficaria destruída.
A Tânia tremia. Não sei se era de medo ou frio, ainda assim despi o blazer que trazia vestido e coloquei-o nas suas costas.
Uma multidão já se tinha juntado perto da cena do atropelamento. Muitas tentavam consolar o condutor que chorava de arrependimento. Outras estavam perto dos dois corpos. E outros tinham o olhar pregado em nós, observando cada movimento nosso.
- Estavas a falar com quem? – Perguntei suavemente depois de ela ter vestido o blazer e de eu pegar no seu telemóvel.
- C-com uma a-amiga. – Gaguejou.
- Não lhe queres ligar? Ela deve estar preocupada. – Ela bem devagar abanou a a cabeça negativamente para começar a chorar novamente.
Voltei a abraça-la. O meu olhar caiu novamente para os corpos e foi impossível não voltar a pensar naquilo que à pouco tinha assombrado a minha mente. Abracei-a com mais força só de pensar o pior.
Já se fazia ouvir as sirenas da polícia e da ambulância. Rapidamente chegaram ao local.
Enquanto os médicos se dirigiam aos corpos, um agente dirigiu-se para o condutor que continuava na mesma posição. E o outro caminhou até nós. Desfiz o abraço mas ela continuava agarrada a mim. Apenas mantinha a sua cabeça no meu peito.
O agente não falou, olhou-nos de alto a baixo e chamou um dos médicos. Fiquei confuso com a sua acção. Estávamos os dois bem. Quer dizer bem fisicamente.
O médico fez com que ela se separasse de mim. Fiz o mesmo que o agente fez e olhei-a de alto a baixo e vi que tinha uma perna ferida. O meu coração voltou a acelerar. Ela estava ferida e eu não tinha reparado. O médico observou a sua perna.
- Não é nada de grave. Mas tem de ir para o hospital fazer o curativo e ver se não tem mais nenhum ferimento. – Assim que o médico acabou de falar, a Tânia afastou-se dele e voltou para junto de mim.
Entretanto chegaram mais duas ambulâncias.
- Menina tem de vir connosco. – Falou um dos médicos que tinha saído de umas das ambulâncias.
Ao ouvir isso a Tânia abraçou-me com mais força. Percebi que ela não queria ir sozinha.
- Eu vou atrás de vocês. – Falei com as minhas mãos na sua cara para que a pudesse olhar nos olhos. – Prometo. – Os seus olhos voltaram a ficar húmidos. Depositei um beijo na sua testa e afastei-a para que ela acompanhasse os médicos que a esperavam.
Assim que ela entrou na ambulância e esta arrancou, respirei fundo e entrei no meu carro. Arrancando logo de seguida.
 
Olá!
Mais uma vez peço desculpa pela demora. Fica aqui mais um capitulo que me foi um pouco difícil de escrever pois está cheio de emoções. Espero ter conseguido expressa-los bem.
Não sei se sabem mas eu e uma colega iniciamos relativamente á pouco tempo uma nova fic. espero que passem por lá e gostem, ainda está no inicio. (http://wordscswlovecd.blogspot.pt/)
Espero que gostem e comentem.
Bjs Tânia

sábado, 11 de maio de 2013

35º Capitulo – “Vais dizer que não reconhecesses a rapariga que amas?”


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(Tânia)
Ele voltou a olhar-nos para depois ir embora. O meu coração mirrou vê-lo caminhar em direcção da saída cabisbaixo.
Parei o abraço, o que fez o Nico estranhar.
- Está tudo bem? – Perguntou depois de parar o abraço.
- Hamm… Sim. Porquê? - Respondi ainda olhando para o sítio onde Rodrigo estava anteriormente.
- Ficaste estranha. – Falou passando a sua mão pela minha bochecha.
- Não, é impressão tua. – Falei olhando agora para ele. Era notável a sua grande felicidade de me voltar a ver. O seu grande sorriso era o que mais se destacava mas nos seus olhos também o brilho se fazia notar.
Voltei a abraça-lo. Custou-me bastante estar sem o ver durante estes dois meses e as saudades já apertavam, apesar da minha ideia era ficar ainda mais tempo afastada deles.
- Tive tantas saudades tuas. – Falou apertando mais o abraço. Sabia tão bem os seus abraços. Já sentia saudades dele.
- Também tive muitas saudades tuas. Olha! – Fui falando ao mesmo tempo que o largava. – O Rodrigo foi-se embora. – Falei um pouco envergonhada.
- O quê? - Falou logo a olhar para trás. – Não acredito que ele me vai deixar apeado. – Sorri com o seu comentário. – Espera um pouco que já venho. – Não me deixou falar e começou a correr feito maluco até á entrada.
(Rodrigo)
Ouvi alguém a chamar-me e assim que olhei para trás pude constatar quem me chamara. O Nico vinha a correr feito maluco parecia que estava a correr a maratona. Assim que chegou ao pé de mim, colocou as mãos por cima dos joelhos e baixou um pouco a cabeça. Percebi que estava a tentar recuperar o fôlego. Esperei um pouco até ele finalmente falar.
- Porque é que te vais embora? – Perguntou já com a respiração normalizada.
- Lembrei-me agora que tenho uns assuntos pendentes para tratar. – Menti. A verdade é que não aguentava aqueles sorrisinhos e abracinhos entre eles.
- E porque é que não foste cumprimentar a Tânia? Afinal eu apresentei-vos na festa portanto conhecessem. – Tinha mesmo de tocar logo naquele assunto.
Olha porque já nos conhecemos á mais tempo de que tu pensas e não nos damos assim tão bem como tu e ela. E não conseguimos ficar tanto tempo sem estar a discutir. Falei mentalmente.
- Era a Tânia? – Perguntei de maneira a que ele percebesse que não tinha reparado que era ela.
- Vais dizer que não reconhecesses a rapariga que amas? – O ambiente entre nós ficou um pouco estranho. Não tocávamos neste assunto já algum tempo pois ambos sabíamos que os nossos sentimentos continuavam intactos apesar de termos estado algum tempo sem a vermos.
- Reconheci. – Falei agora a verdade. – Apenas não queria estragar o vosso momento de grande ternura. – Atirei. A verdade é que os ciúmes falaram mais alto. Não o deixei responder, abri a porta do carro. Assim que o liguei, arranquei rapidamente.
***
Já estava a conduzir á algum tempo e sabia precisamente o caminho que estava a tomar. Era nada mais, nada menos o caminho que conduzira no final da pequena festa que o Nico fizera. E na qual a Tânia tinha ido.
A viagem que á algum tempo a tinha feito acompanhado, agora estava a faze-la sozinho.
Cheguei ao Cabo da Roca e sentei no muro. Precisamente no sitio em que tínhamos ficado anteriormente. Fiquei por lá pensando do que se tinha passado desde a última visita aqui. Realmente muita coisa mudará. Eu finalmente tinha admitido que gostava dela, tinha descoberto que o Nico tinha os mesmos sentimentos por ela. Quase tinha acabado com a carreira dele por causo dos ciúmes.
Mas porque é que eu simplesmente não parava de gostar dela? Porque é que era tão difícil?
Olhei para o relógio e vi que estava a ficar um pouco tarde. Tinha ficado aqui tanto tempo e nem tinha dado conta.
Conduzi de volta a Lisboa. Coloquei os óculos por causa do sol que decidira bater-me na cara. Em pouco tempo cheguei a Lisboa.
Cheguei a uma passadeira e como bom cidadão parei para que as pessoas que estavam paradas nas pontas pudessem passa-la. E foi quando a vi.
Ela ia a falar ao telemóvel mostrando o seu característico sorriso. Provavelmente a conversa que ela vinha a ter ao telemóvel estava animada. Ela passou lentamente em frente ao meu carro, sempre a olhar para a frente não se importando com as pessoas que estavam dentro do carro.
Ela estava a passar a outra metade da passadeira quando aparece um carro vindo do nada a uma grande velocidade. Ela continuava a caminhar normalmente com nada se passasse. Percebi que o condutor vinha distraído.
E num piscar de olhos várias pessoas foram atropeladas. Não me apercebi se ela estava entre os atropelados. O meu coração começou a bater depressa e sai rapidamente do carro.

Será que a Tânia estará entre aquela gente atropelada?
 
Olá!
Acho que já devem estar fartas de vos estar sempre a pedir desculpa mas a verdade é que não tenho tido quase tempo nenhum para me dedicar á fic. E quando tenho a inspiração falta-me.
Espero que me perdoem e que apreciem este capitulo que demorou algum tempo a ser escrito.
Espero que gostem e comentem!
Bjs Tânia

sábado, 20 de abril de 2013

34º Capitulo – “Foi por causa do que eu disse?”

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(Tânia)
Passaram dois meses. E durante esse tempo não vi o Nico, nem o Rodrigo. Era difícil estar assim tanto tempo longe deles. Mas era para o meu bem e para o deles. Tenho evitado todos os sítios que sei que pode haver uma grande possibilidade de os encontrar.
A Madalena tem me contado que ambos sempre que vão ao café perguntam por mim. Era de facto frustrante ter tantas saudades deles.
A Madalena informou-me que hoje eles iriam ter folga portanto o mais provável era eles não irem ao café. Então decidi ir ter com ela para não ficar lá sozinha.
Estava a falar com a Madalena quando de repente a sua expressão facial mudou para uma expressão mais seria.
- O que é que se passa? – Perguntei visivelmente confusa com a sua mudança de humor. Ela não disse nada, apenas apontou na direção de alguém. Assim que olhei na direção que ela apontou quase que ia caindo.
Não podia ser agora. Depois de tanto tempo sem os ver já me estava a habituar ao facto de estar longe deles. E agora que por estupidez minha voltei a encontrá-los.
Assim que o Nico me viu, correu na minha direção e abraçou-me. Que falta eu sentia dos seus abraços, certamente era um dos melhores abraços do mundo.
O Rodrigo por sua vez ficou no mesmo sítio. Acho que ele estava com o mesmo dilema que eu. Deveria ou não ir cumprimentá-lo. A verdade é que era um pouco estranho pois a ultima vez que nos vimos acabamos aos beijos.
Acabei por não me aproximar dele.
O Nico abraçava-me como não houvesse amanhã.
- Estás bem? Porque te afastaste tanto tempo? Foi por causa do que eu disse? – Perguntou assim que parou de me abraçar.
- Sim, estou bem. Não sei. Não. – Respondi da mesma forma que ele me tinha perguntado. O Nico apenas sorriu e voltou-ma a abraçar.
Voltei a olhar para o sítio onde estava o Rodrigo. Estava com uma cara carrancuda.

(Rodrigo)
Não aguentava mais olhar. Doía tanto. Querer abraça-la mas não poder. Ou melhor não ter coragem. Querer beija-la. Mas o que ainda me doía mais era o facto de ela estar ali abraçada ao Nico.
Queria ser eu no lugar dele. Queria ser eu a ter aqueles privilégios. Porque apesar das pequenas discussões, eu amava-a. Amava-a tanto que até doía vê-la nos braços de outro homem sem ser eu.
Olhei-os outra vez e vê-los novamente abraçados daquela forma tão intensa acabou comigo. Sai dali o mais possível. Não conseguia ver mais aquilo.
Caminhei rapidamente em direção ao carro. Quanto mais depressa saísse dali melhor.
Estava a abrir a porta do carro quando ouço uma voz chamar por mim.
- Rodrigo!
De quem será aquela voz?

Olá!
Sei que já não actualizo a fic há muito tempo mas o tempo estando dividido entre a escola, actividades extra-curriculares e ainda ter de estudar e fazer os trabalhos de casa tem sido bastante difícil.
Sei que é pequeno mas foi o que o tempo me permitiu.
Espero que não tenham desistido da minha fic.
Espero que gostem e comentem.
Beijinhos , Tânia

segunda-feira, 25 de março de 2013

33º Capitulo–“ Tem cuidado”


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(Rodrigo)
Os seus lábios roçavam nos meus. Conseguia sentir o seu hálito de menta a tocar nos meus lábios. Queria tanto beija-la mas faltava-me a coragem. Alias, tinha medo da sua reacção. Tanto podia reagir bem como me podia mandar daqui para baixo, com ela não sabia o que contar. Os nossos olhos não desgrenhavam.
Não sei quanto tempo ficamos assim mas partiu dela a iniciativa de nos beijarmos.
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As suas mãos que anteriormente estavam no peito moveram-se para o meu pescoço. As suas mãos estavam geladas e assim que tocaram na minha pele que estava quente estremeci.
Não sei se ela me beijou por agradecimento ou porque simplesmente o desejou tanto ou mais do que eu. Mas certamente era um beijo sentido, ela não me beijara apenas por beijar. Havia algo escondido neste beijo mas não conseguia desvendar o que era.
Deveria estar a sentir-me feliz por nos estarmos a beijar, certo? Parte de mim estava mas a outra parte estava com pena do Nico. Eu sabia que o Nico era capaz de cuidar dela melhor que eu. Isto tudo porque a nossa relação era diferente da relação dela com o Nico. Por que é que nós não conseguíamos ficar um minuto sem discutir como acontecia com ela e com o Nico?
O beijo só terminou quando nos faltou o ar. O que poderia eu esperar agora? Talvez um par de estalos? A verdade é que não sabia. Ela é tão imprevisível.
Espera mesmo que ela me batesse mas ao invés apenas ficamos de testas coladas. Estávamos ambos de olhos fechados. Tentávamos estabilizar as nossas respirações.
Sinceramente não queria que este momento acabasse. Estava com intenção de beijá-la novamente mas fomos interrompido por uma voz feminina.
- Já acabaram? Ou vão continuar? – Não conhecia esta voz, aliás estava a ouvi-la pela primeira vez mas a Tânia conhecia deveras muito bem pois levantou-se rapidamente. Olhei em direcção de onde vinha a voz e observei uma rapariga loira, muito parecida com a Tânia. Das duas, uma ou era a mãe ou irmã. Mas parecia demasiado nova para ser a mãe dela portanto supus que fosse sua irmã. Assim que ouvimos a voz levantamo-nos rapidamente.
A sua irmã olhava para mim de uma forma bastante assustadora e isso fazia-me sentir constrangido.
-Acabar o quê? Não estávamos a fazer nada. Aliás o Rodrigo já estava de saída. – Falou a Tânia bastante atrapalhada. Ela olhou para mim de forma a pedir a minha confirmação do que tinha afirmado. Eu estava tão constrangido com esta situação que apenas acenei com a cabeça afirmamente. A irmã dela apenas sorriu e saiu dali.
Saímos dali o mais rapidamente possível e acompanhou-me até a porta. Quando chegamos perto da porta ficou um ambiente um pouco constrangedor. Ambos não sabíamos o que dizer depois do sucedido. Eu pensava em alguma coisa para poder acabar com este mau ambiente. Acabou por ser ela a falar e fazer com que aquele mau ambiente acabasse.
- Obrigada por me salvares! – Agradeceu num sussurro.
- Não tens nada de agradecer. – Respondi. E ficamos novamente remetidos ao silêncio. – Acho que é melhor ir-me embora. – Apontei para a porta. Assim que cheguei ao pé do carro lembrei-me que não sabia o caminho de volta e isso fora uma das razões pela qual encontrei a Tânia em apuros. Caminhei novamente até á porta de entrada daquela casa e toquei á campainha. Rezei para que fosse a Tânia a abrir a porta e ainda bem que as minha preces foram ouvidas.
Assim que ela abrir a porta a sua cara mostrou a surpresa por me ver ali novamente.
- Eu perdi-me e não sei o caminho de volta. – Apressei-me a explicar o motivo por estar ali novamente. Ela sorri como estivesse a gozar comigo mas mesmo assim explicou-me como tinha de fazer para voltar para um estrada que conhecia. Agradeci-lhe e fiz o caminho de volta para o carro.
- Tem cuidado. - Falou. O que me fez logo voltar para trás não deixando de estar no mesmo sítio. Fiquei surpreendido pelo que ela disse. E ela também pareceu ficar. Reparei que as suas bochechas ficaram ligeiramente coradas. Não consegui fazer mais nada se não sorrir. Ela fechou rapidamente a porta e eu voltei a fazer o meu caminho até ao meu carro.
***
Passaram dois meses desde daquela noite em que nos beijamos e desde dai nunca mais a vi. Pelo que sei também não tem falado com o Nico.
Não tenho deixado de pensar naquela noite que agora se tinha tornado uma lembrança. Ela nunca mais apareceu no café que eu e o Nico costumávamos frequentar e onde a Madalena trabalhava. Durante estes longos meses sempre tentei saber pela Madalena o que se passava com a Tânia mas ela apenas me respondia que ela estava bem, aliás melhor que nunca. Nunca percebi essa parte. Sabia que o Nico também tentava procurar informações sobre a Tânia á Madalena mas levava com a mesma resposta que eu.
A minha relação com o Nico tinha melhorado bastante. Arrisco-me a dizer que voltou a ser o que era. Nenhum referia o nome dela mas ambos queríamos e muito. Queríamos por os pontos nos “is” mas tínhamos receio de estragar tudo de novo. Éramos de novo amigos, companheiros e isso era o que interessava agora.
Era bastante normal, eu e o Nico frequentarmos aquele café pois ficava perto do estádio. Íamos lá muitas vezes como estávamos a fazer agora. Estávamo-nos a dirigir para o café com mais uns quantos colegas. Assim que entramos no café o meu olhar foi projetado até ao balcão e foi ai que a vi novamente. Depois de dois meses passados voltei a vê-la.
Ela também olhou para a entrada e o sorriso que ela tinha na cara desapareceu logo assim que nos viu.

Como correrá este reencontro?


Olá!
Primeiro queria-vos pedir desculpa pela a demora deste capitulo mas a inspiração não era lá muita. Mas finalmente consegui acabar o capitulo.
Segundo, recentemente criei um fic nova com uma colega. Já vos tinha referido que a iria criar e agora finalmente aqui está.  http://wordscswlovecd.blogspot.pt/
Gostava que passassem por lá, lessem e comentassem ainda só tem as personagens e o 1º capitulo, o que é rápido de ler.
Espero que gostem tanto deste capitulo como o capitulo da outra fic e comentem.
Beijinhos Tânia

quarta-feira, 6 de março de 2013

Parabéns Rodrigo!

Em primeiro lugar queria-vos pedir desculpa, era minha intenção publicar hoje o capitulo 33 mas infelizmente  foi-me impossivel visto que amanhã vou fazer o quarto teste desta semana e no qual eu preciso de estudar imenso visto que é de História A e não consegui acabar o capitulo.
Não queria deixar este dia passar em branco pois o nosso Rodrigo apanha hoje 22 velinhas.
Desejo-lhe os meus sinceros parabéns.

Para compensar esta falta, vou tentar no fim de semana deixar aqui um capitulo bem grandinho.

Bjs Tânia

domingo, 24 de fevereiro de 2013

32º Capitulo – “Eu agarro-te.”

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(Nico)
Acordei com os raios de sol a incidir sobre a minha cara. Depois de me espreguiçar olhei para o meu lado. Ela não estava lá.
Levantei-me rapidamente e com a ajuda das canadianas percorri a casa toda á procura dela. Ela tinha ido embora. Mas porque é que ela me fez isto? Foi-se embora sem se despedir de mim.
Fui novamente para o meu quarto, onde tentei ligar-lhe várias vezes. Mas essas chamadas iam parar sempre ao voice mail.
Pousei o telemóvel em cima da mesa-de-cabeceira e ai reparei que estava um pequeno papel dobrado. Apressei-me a desdobra-lo. Não dizia muita coisa, apenas dizia que tinha ido para casa. Sinceramente esperava que ela tivesse deixado uma explicação por ter saído sem me ter acordado.
Como hoje não precisava de ir ao treino devido ao meu pé aleijado decidi ficar por casa sem fazer nada. Passei o dia todo a tentar telefonar á Tânia mas ela nunca atendeu. Será que estava a fazer de propósito? Ou tinha-o no silêncio?
Pela tarde ainda passar por cá em casa alguns colegas, que tentavam animar-me. Obvio que eu não estava apenas triste por não jogar também estava triste por causa de os meus sentimentos provavelmente não serem correspondidos.
Apesar de o Rodrigo ter sido um dos colegas a ter vindo a visitar-me, não falamos muito. Acho que ele apenas veio porque se sentia mal pelo que tinha feito pois tenho a certeza que se não fosse isso ele não tinha vindo. Não depois de admitirmos os nossos sentimentos pela mesma rapariga. Eles nem ficaram muito tempo pois também tinha as suas vidas.
Voltei a ficar sozinho e aproveitei para ligar á Tânia novamente. Mas teve o mesmo destino que as outras, o voice mail. Acabei por desistir. Hoje já não lhe iria ligar mais.

(Rodrigo)
Estar na presença no Nico tornava-se insuportável. É decerto que fui até casa dele mas fui por ter um grande peso na consciência e não por pena. Não falámos muito, apenas nos cumprimentámos com o habitual aperto de mãos. Os colegas que foram comigo notaram que a nossa interacção um com o outro foi praticamente nula. Claro que pensaram que se deveria ter sido devido ao que se passou no treino.
Não ficamos por lá muito tempo pois tínhamos as nossas vidas. Agradeci para mim mesmo o facto de termos ficado em casa do Nico ter sido pouco.
Entrei no carro e comecei a conduzir mas estava tão distraído que virei na rua errada. Conclusão: fiquei perdido.
Entrei numa rua onde era só vivendas. Definitivamente não sabia onde estava. Comecei a olhar pelas janelas do lado para ver se via alguém que me pudesse indicar como sair dali. Conduzi pela aquela rua toda até que cheguei ao fim da mesma. Limpei um pouco o vidro para puder visualizar melhor a estrada onde estava. Olhei novamente pela janela. E quando olhei fiquei surpreso. Estava uma rapariga pendurada na casa. Parecia estar em apuros. Rapidamente sai do carro.
Pulei a cerca que rodeava aquela enorme casa. Só esperava que não fosse daquelas casas que tivesse um cão de guarda, senão bem podia correr pela minha vida.
Caminhei um pouco até perto do sítio onde estava a rapariga. Quer dizer ela estava lá agarrada ao telhado e eu com os pés bem assentes no chão.
- Precisas de ajuda? – Gritei para que ela me pudesse ouvir. Ela olhou para todos os lados até que olhou para baixo. Para o sítio onde estava e ai fiquei ainda mais surpreso. Era a Tânia que lá estava pendurada.
Ela pareceu ficar igual a mim. Não conseguiu a surpresa de me ver na sua propriedade.
- O que fazes aqui? – Perguntou sendo bastante rude.
- Perdi-me! – Confessei. Ela pareceu não acreditar pois gargalhou.
- Aconselho-te a comprar um GPS! – Mesmo daquela maneira que ela estava não deixava de implicar comigo. Ela bem tentar fazer força para conseguir subir aquilo e finalmente ficar a salvo mas não tinha força o suficiente. Decidi não responder á provocação e perguntei-lhe novamente se precisava de ajudar.
- Precisas de ajudar? – Perguntei novamente. Ela olhou-me novamente com cara de poucos amigos.
- Não! – Respondeu autoritariamente – Não preciso da tua ajuda. Eu consigo desenvencilhar-me sozinha. – Falou segura de si mesma.
- Ok, então. – Sentei-me no muro de um dos muitos canteiros que lá havia. – Força! – Incentivei-a. – Quero ver isso! – Para depois a desafiar.
- Se fosse a ti tinha cuidado com o cão. – Falou em tom de provocação.
- Não te preocupes comigo. Preocupa-te mas é contigo. Visto que não estas em bons lençóis. – Ela olhou-me de surra e tentou novamente sair dali mas simplesmente não conseguia.
Parecia estar-me a divertir a ver aquilo mas na verdade tinha o coração nas mãos. Estava com um enorme medo que ela cai-se dali e que lhe acontecesse algo de muito mau.
Ela parecia estar cansada. Devia ter os braços dormentes. Mas mesmo assim não dava o braço a torcer.
- Tens a certeza que não precisas de ajuda? – Perguntei mais uma vez. Ela parou de tentar sair dali, olhou-me e depois suspirou.
- Não, não tenho a certeza. Preciso de ajuda para sair daqui. – Disse numa rajada. Finalmente aquela cabeça dura tinha cedido. Levantei-me e pus-me debaixo do sítio onde sabia que ela poderia cair nos meus braços.
- Deixa-te cair. – Ela olhou imediatamente e fez aquela cara de quem estava a dizer estás maluco só pode.Eu agarro-te. – Falei de maneira a fazer sentir-se segura.
- Isso não é muito boa ideia. Ainda me podes deixar cair.
- Estás a insinuar que sou fracote? – Perguntei em forma de provocação.
- Não estou a insinuar. Estou á afirmar. – Gargalhei com a resposta dela. – E agora procura outra maneira de me tirares daqui porque não vou largar isto.
- Vou procurar um sítio para que possa subir até ao telhado. – Informei-a.
- Ok. Mas despacha-te que não se quanto mais tempo aguento. - Com esta sua declaração comecei o mais rápido que pude a procurar um sítio, forte o suficiente para que aguenta-se com o meu peso. Antes que pudesse desaparecer ela ainda falou. – Tem cuidado! – Esta afirmação fez-me sorrir. Afinal ela estava preocupada comigo.
Encontrei um tipo de vedação colada á parede da casa que tinha plantas a escondê-la. Primeiro fiz um pequeno teste de maneira a saber que ia aguentar comigo pois aquilo tinha um ar frágil. Depois de confirmar que aquilo aguentava comigo, comecei a trepar aquela vedação e rapidamente cheguei ao telhado. Caminhei com cuidado até á berma do telhado mas propriamente até onde ela estava.
Toquei-lhe nas mãos para ela ficar a saber que já me encontrava ali e que ia tira-la. Peguei nos seus pulsos e com toda a força que tinha puxei-a para cima. Puxei com tanta força que fiz com que ela ficasse deitada de cima de mim. Não era um sítio muito confortável para estar deitado, aliás aquilo fazia-me doer as costas mas tê-la nos meus braços sã e salva valia a pena sentir aquela pequena dor.
Os nossos olhares cruzaram-se. Ficamos a olhar um para outros por um breve tempo. Aqueles olhos azuis a cada dia cativavam-me cada vez mais. A sua respiração estava bastante ofegante, conseguia sentir o seu respirar no meu pescoço. Os nossos olhares ainda não tinham desgrenhado um do outro desde do “salvamento”.
Ela tinha as mãos no meu peito e podia sentir o meu coração a bater descompassadamente. E os meus braços estavam em volta da sua cintura. Decerto estávamos muito próximos um do outro.
As nossas caras estavam de facto muito próximas. Tão próximas que sentia os seus lábios a roçarem nos meus.

Será que irão resistir á tentação de se beijarem?
E a Tânia será que conseguirá ficar afastada deles?


Olá!
Queria-vos pedir desculpa por ter demorado tanto tempo a atualizar a fic mas sempre que acabava de escrever este capitulo nunca ficava satisfeita com o mesmo e assim voltava-o a reescrever. Isto aconteceu-me um série de vezes.
Não estou totalmente satisfeita com este capitulo mas foi o melhor que consegui nestas duas semanas. Espero não vos ter desiludido.
Beijinhos Tânia

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

31º Capitulo - “Afasta-te deles.”


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(Tânia)
O que tinha acontecido não podia voltar acontecer. Sei que foram uns simples beijos mas para ele foi mais que isso. Olhei para ele que dormia profundamente. Uma luz vinda da rua incidia no quarto tornando-o mais claro. Com as pontas dos dedos passei levemente na sua cara adormecida. Como eu podia magoar assim uma pessoa que gostava tanto de mim? Que me tenta proteger? Que raio de pessoa sou eu? Magoo as pessoas que mais gostam de mim. Não é justo para ele o que eu estou a fazer.
Devagar retirei o braço dele que estava pousado na minha cintura e levantei-me da cama, onde calcei os sapatos. Olhei novamente para ele que continuava a dormir. Aproximei-me dele e desviei os cabelos que lhe incidiam sobre a testa e beijei-a bem devagarinho para depois sair de casa dele.
Sentei-me na paragem de autocarro mais próxima da casa dele. Olhei para o relógio e este marcava dez da manhã. A esta hora já não valia a pena ir para as aulas. Sentei-me no banco que havia na paragem e a meu lado estava um casal. Pareciam muito apaixonados. Não pareciam estavam mesmo. As coisas que diziam um ao outro, a forma como se beijavam que fazia mostrarem o carinho, o amor que sentiam um pelo outro. Foi impossível não olhar. Será que eu se não tivesse tão indecisa estaria assim neste momento?
Coloquei nos fones nos ouvidos de forma a não ouvir as coisas lindas que aquele casal dizia um ao outro.
Não demorou muito até o autocarro chegar. E passada uma hora já tinha chegado a casa.
Assim que cheguei a casa, gritei pela minha mãe mas felizmente tanto ela como a minha irmã não estavam em casa. Fui até ao meu quarto, pousei as coisas de cima da secretária e deitei-me na cama onde adormeci.
***
Acordei com alguém a mexer-me no cabelo. Abri lentamente os olhas e vi que era a minha irmã. Ela sorriu assim que viu que tinha acordado.
Estava com uma enorme dor de cabeça.
- Está tudo bem? – Perguntou-me com uma cara de preocupada.
- Está. Porque? – Apesar de ser mentira. Não percebi o porque de ela me perguntar isso.
- Porque ia buscar-te á escola para irmos almoçar. E não te vi lá. E depois encontrei a Madalena que estava super preocupada por tu teres faltado. Sem excluir o facto que não dormiste em casa. Onde é dormiste? – Certamente não lhe ia dizer que tinha dormido em casa do Nico. Só queria esquecer que isso tinha acontecido tanto para o meu bem como para o dele.
- Em casa de uma colega. – Menti outra vez.
- Ok. Daqui a pouco vou fazer o jantar, já que a mãe hoje não janta em casa. – Dei-me um beijo na testa e saiu do meu quarto. Estranhei quando ela disse fazer o jantar. Já era assim tão tarde. Olhei para o relógio e constatei que realmente já era um pouco tarde e que tinha dormir a tarde toda. Para o jantar não demorar muito a ser feitos pois estava com uma fome de leão, ajudei a minha irmã a faze-lo.
***
Depois de termos jantado a minha irmã tinha ficado a limpar a cozinha e eu aproveitei e pelo quarto da minha irmã fui para o telhado pois era a única divisão que dava para aquele sítio, onde fiquei a admirar Lisboa á noite. Isto fazia-me bem quando tinha de pensar. E certamente tinha muito em que pensar.

(Catarina)
Acabei de limpar e dirigi-me para o meu quarto. Assim que entrei reparei que a janela estava aberta e isso só significava uma coisa, a minha irmã estava no telhado. E agora tinha a certeza que ela não estava bem.
Sentei-me a seu lado no telhado. Ela olhou-me e vi os seus olhos cheios de lágrimas. Não sabia o que tinha mas um coisa era certa odiava vê-la naquele estado.
Não lhe perguntei nada, apenas a abracei. Nunca a vira chorar tanto. Era assustador, agoniante o seu choro.
- Não. Não estou bem. – Falou. Era como estivesse a responder novamente á pergunta que lhe havia feito á algum tempo atrás.
- Queres contar-me o que se passou? – Falei calmamente. O seu chora já tinha acalmado.
- Lembraste do Nico? – Abanei a cabeça em sinal de afirmativo. – E de eu te falar sobre o Rodrigo? – Assim que ela referiu estes dois nomes percebi logo tudo. Não foi preciso ela dizer mais alguma coisa. – Bem ao que parece o Rodrigo disse ao Nico que gostava de mim ao que o Nico lhe respondeu que também gostava de mim. – As lágrimas que á pouco haviam secado voltaram á aparecer. – Ontem o Nico mandou-me uma mensagem para ir ter com ele e perguntou-me se gosto Rodrigo.
- E o que é que respondeste? – A curiosidade apoderou-se de mim pois eu sabia que ela gostava dele, talvez até o amasse mas também sabia que ela era bem capaz de não admitir isso ao Nico.
- Talvez. – E ai estava a minha confirmação. Ela não teve coragem de admitir ao Nico que está apaixonada pelo rapaz que a faz perder as estribeiras. – O que é que faço? – Falou sem olhar para mim. Eu só conhecia uma solução para este problema dela.
- Afasta-te deles. – Falei com uma enorme calma para ela perceber que não estava a brincar com ela. Ela olhou para mim rapidamente. Vi o desespero no olhar dela. Era bastante obvio que ela não se queria afastar de nenhum. – É o melhor para ti e para eles. Tu vais acabar por magoar não só a eles como a ti. Tens de perceber o que sentes por cada um até ai afastaste dele para não andares a brincar os sentimentos deles.
- Eu não faço isso de propósito. – Notei que a sua voz estava a ficar tremula o que significava que estava prestes a começar a chorar. Aproximei-me ainda mais dela e afaguei os seus longos cabelos castanhos.
- Eu sei que não fazes de propósito. Mas é o melhor para os três. E se eles gostarem tanto de ti como dizem vão perceber o porque de te afastares deles.
- Achas que é mesmo isso que deva fazer? – Abanei a cabeça em sinal de afirmativo. – Então… Acho que é mesmo o que vou fazer. É o melhor para os três. – A sua voz mostrava a insegurança que ela tinha ao fazer isto.
- Eu vou tomar banho. Ficas aqui? – Perguntei-lhe.
- Sim. Fico aqui mais um pouco.
- Não fiques aqui muito tempo que te constipas. – Dei-lhe um beijo na nuca e sai do telhado.

(Tânia)
Por mais que não quisesse fazer, a minha irmã tinha razão era melhor para os três. Deitei-me no telhado a observar o céu que hoje até estava bastante estrelado.
Senti pela milésima vez o meu telemóvel a vibrar, não havia atendido as outras vezes pois estava a falar com a minha irmã mas sabia perfeitamente quem era. Assim que olhei para o ecrã confirmei a minha especulação. Era o Nico. Decidi não atender. Se tinha de me afastar dele era agora que tinha de começar.
Levantei-me ficando assim em pé de cima do telhado. Só que o meu telemóvel caiu-me das mãos e escorregou para aquela parte de metal por onde escorre a água da chuva.
Lentamente andei até á ponta do telhado mas o impensável aconteceu. Tropecei numa telha solta e só tive reação para me agarrar á coisa de metal ficando assim pendurada.
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Será que alguém a irá ajudar?
Ou terá de se desenrascar sozinha?
Olá!
Em primeiro queria pedir desculpas por só postar agora mas nesta ultima semana foi de louco com testes de segunda a quinta sem parar.
Espero que gostem e comentem.
Bjs Tânia