domingo, 24 de junho de 2012

6º Capitulo – “E vieste sozinha?”


Flávio


E no momento em que nos íamos beijar, ela mandou-me com o fumo do cigarro para a cara e afastou-se indo embora. Como ela sabe que odeio sentir aquele cheiro a tabaco perto de mim e ela jogou isso a seu favor. Apenas sorri com o sucedido e fui ter com o meu amigo (Ruben) que tinha assistido a tudo.
Ruben – Bem, a miúda está-te a dar cabo da cabeça.
Flávio – Podes crer. Está-se a fazer difícil como tudo.
Ruben - Quero ver como é que a vais reconquistar.
Flávio – Não sei como mas ela vai voltar a ser minha. Custe o que custar.
Ruben – Pois mas ao que parece não vai ser fácil. É que fizeste merda da grande. É que não te contentas em traí-la como ainda foste para um sítio que era muito provável que ela aparecesse lá, o que acabou por acontecer.
Flávio – Escusas é de estar sempre a relembrar o que fiz. Eu sei que errei agora só tenho que arrecadar com as consequências.
Ruben – Tu gostas mesmo dela, não gostas?
Flávio – Gosto e muito. Namorávamos desde do 9º ano é normal que a ame assim tanto. E é pena que naquela noite tenha acontecido o que aconteceu. E se o arrependimento matasse, acredita que já estava aqui estendido.
Ruben – Meu, tens de esquece-la. Ela está a deixar tudo bem claro que não quer ter mais nada a ver contigo.
Flávio – Isso dizes tu. Sabes lá o que é que ela pensa.
Ruben – Não te vou dizer mais nada. Fica lá numa de te iludires que depois eu cá estou para te apoiar.
Flávio - Pois fico. Acredito que as minhas ilusões podem estar certas.
Ruben – Dizeres isso ou dizeres que acreditas no Pai Natal é praticamente a mesma coisa.
Flávio – Fica lá com a tua que eu fico com a minha.
Não falamos mais sobre ela pois chegaram mais amigos nossos.




Tânia
Depois do sucedido, dirigi-me para dentro da escola. Mandei uma mensagem é Madalena a avisá-la onde estava. Pouco tempo depois ela apareceu.
Madalena – Posso saber o motivo de estares aqui e não lá fora? Está lá a turma toda.
Tânia – Por lá estar fora a turma é que não vou.
Madalena – Mas o que é que te está a dar agora?! Sempre te deste bem com o resto da turma e dá-te esta pancada.
Tânia – Epá não fales do que não sabes, ok? Pergunta primeiro e critica depois.
Madalena – Já percebi. O que é que se passou com Flávio?
Tânia – A mesma treta de sempre. Quase nos beijamos.
Madalena – Espera lá. Mas desta vez resististe?
Tânia – Yap! Não vou deixar que ele volte a brincar comigo.
Madalena - Mas o que é que fizeste para lhe conseguires resistir?
Tânia – Mandei-lhe com o fumo do cigarro para a cara.
Madalena – Uauu! És mesmo má. – Disse-me numa forma irónica.
Tânia – Diz que sim. Mas sabes não vou deixar de estar ao pé dos meus amigo, só por causa daquele traste.
Madalena – Assim é que é. Vamos então?
Tânia – vamos.
Dirigimo-nos para a entrada onde estavam todos, cumprimentei-os a todos. Estivemos a falar até que toco. Então dirigimo-nos para a aula. Estava atenta á aula mas de vez em quando não resistia e olhava para o Flávio e quando olhava para ele por ironia do destino ele estava a olhar-me. Sempre que os nossos olhares se cruzavam via o seu sorriso, que lhe é tão característico, crescer. Parecia uma criança que quando lhe davam um doce sorria até mais não. Mas tenho de dizer sempre achei aquele sorriso perfeito, nunca tinha visto um sorriso assim tão perfeito como o dele. Mas de repente veio-me ao pensamento o Rodrigo. Mas que raio por que carga de agua é que me lembrei dele agora? Estava tão distraída que nem me apercebi que o stor me tinha chamado.
Professor – Então menina Tânia sabe responder á pergunta?
Tânia – Desculpe stor estava distraída portanto não ouvi a pergunta.
Professor – Bem me parecia. Veja se para a próxima está mais atenta. Continuando.
Pouco tempo depois tocou e fomos para o intervalo.
Madalena – Estava a pensar em quê?
Tânia – Eu, nada.
Madalena – Sim e eu sou o Pai Natal vestido de azul. Diz lá.
Tânia – Estava a pensar que tu ainda não me disseste a que horas, era a entrevista.
Madalena – Ta bem vou fingir que acredito. Mas quanto á entrevista é as 16h. Vamos as duas juntas né?
Tânia – Sim. Vamos mas é para a aula que já tocou.
Fomos então para a aula e esta juntamente com a que veio a seguir passaram bastante rápido. Fomos até ao quiosque se havia á frente da escola e pedimos o nosso almoço, depois de termos o almoço nas mãos sentamo-nos a comer.
Madalena – Estás ansiosa?
Tânia – Bastante.
Madalena – Sabes o que seria muito fixe?
Tânia – O quê?
Madalena – Ficarmos as duas com o emprego.
Tânia – Isso seria bastante bom.
Madalena – Mas sabes o que seria realmente fixe?
Tânia – Ficarmos as duas no mesmo sítio do estádio?
Madalena – Também. Mas também voltarmos a ver o Rodrigo.
Tânia – Só podes estar a gozar comigo. Não o quero ver nem pintado.
Madalena – Isso dizes tu. Pois quando o vires até caís para o lado.
Tânia – Sim, claro. – Disse numa forma irónica. – Ele que nem se atreva a dirigir-me a palavra quando me vir.
Madalena – Aposto contigo que ele vai-te falar.
Tânia – Aposto contigo que não.
Madalena – Ok. Está apostado. 10 euros.
Tânia – Ok. 10 euros. – Selámos a nossa aposta com um apertar de mãos.
Madalena – Vamos indo.
Tânia – Mas ainda são 14h.
Madalena – Sim, eu sei. Mas ainda quero ir dar um volta pelo Colombo.
Tânia – Vamos então.
Apanhamos o metro e fomos sempre na conversa. Por incrível que parece por mais que passemos o tempo sempre juntas, temos sempre tema de conversa. Mas confesso que algumas vezes o tema de conversa é bastante estúpido.
Estivemos no Colombo até 15:45 e fomos até ao Estádio da Luz para a nossa entrevista. Chegamos lá e pediram-nos para esperar numa sala. Quando lá entramos vimos que estavam bastantes pessoas e pareciam muito mais velhas que nós, ou seja, tinham mais experiencia. Foram chamando as pessoas até que restavam três pessoas. Era eu, a Madalena e outro rapaz. Chegou a minha vez, eu estava bastante nervosa e então quando entrei para a sala, ainda fiquei mais pois tinha o Rui Costa e o presidente Luís Felipe Vieira á minha frente.
Rui Costa – Senta-te. Bem és de longe a pessoa mais nova que recebemos aqui.
Luís Felipe Vieira – Vamos começar então. Primeiro de tudo preciso de saber o teu nome, a tua idade e o que fazias antes ou ainda fazes.
Tânia – Então, sou a Tânia, tenho 17 anos e ainda estudo.
Rui Costa – Então estás em que ano e que curso.
Tânia – Estou no 12ºano em Línguas e Humanidades.
Rui Costa –Que profissão gostavas de ter?
Tânia – Estou a estudar para ser Magistrada.
Rui Costa – Muito bem. O que desejas fazer com o dinheiro que vais receber se fores aceite?
Tânia – Provavelmente vou guarda-lo para quando for para a faculdade a poder pagar.
Rui Costa – És muito ambiciosa?
Tânia – Pode-se dizer que sim.
Rui Costa – Gostas de desporto?
Tânia – Se está a referir ao futebol, não posso dizer que sou apaixonada por esse desporto mas gosto de ver.
Rui Costa – Então qual é o seu desporto de eleição?
Tânia – O meu desporto de eleição é o surf.
Rui Costa – Praticas?
Tânia –Sim.
Rui Costa – E desde quando?
Tânia – Desde dos treze. Foi quando me mudei para cá.
Rui Costa – Consideras-te uma pessoa responsável?
Tânia – Sim. Mas como todos os adolescentes tenho os meus momentos de irresponsabilidade. Mas fique descansado que se eu ficar com o emprego não vou faltar.
Rui Costa – Muito bem. Não sei se o Luís Felipe quer fazer alguma pergunta.
Luís Felipe Vieira – Acho que já perguntou tudo. Muito obrigado por ter vindo. Iremos contacta-la para a informar se ficou com o trabalho.
Sai da sala e fui para ao pé da Madalena que estava á minha espera visto que ela tinha sido entrevistada antes de mim.
Madalena – Então como correu?
Tânia – Bem. E a ti?
Madalena – Também.
Íamos a caminhar em direcção á saída quando de repente aparece o Rodrigo á nossa frente. Só tive tempo de me esconder. Nem disse nada á Madalena.




Madalena
Estava a caminhar com a Tânia em direcção á saída quando nos aparece o Rodrigo á frente. Estava ele com mais alguns dos seus colegas de equipa.
Rodrigo – Madalena?!
Madalena – Olá!
Rodrigo – Que fazes aqui?
Madalena – Vim para uma entrevista.
Rodrigo – E vieste sozinha?
Madalena – Não. – Virei-me para trás e reparo que a Tânia não está atrás de mim. – Quer dizer vim sozinha, dá bem para ver.
Rodrigo – Sim dá. Mas pensei que a Tânia vinha contigo.
Madalena – Não. Como podes ver sou só eu.
Rodrigo – Pois. Eu tenho de ir. Mas espero que fiques com o trabalho.
Madalena – Obrigado.
Assim que se afastou, voltei para trás para ver da Tânia. Quando a vi juntei-me a ela.
Madalena - Estás aqui.
Tânia – Não dá para ver que sou eu.
Madalena – Porque é que te escondes-te?
Tânia – Eu esconder-me?! Não me parece.
Madalena – Esconderes-te sim. E eu sei bem o porquê.
Tânia – Olha tá bem. Vamos embora?
Madalena – Vamos.
Tânia – Vamos de metro ou de autocarro?
Madalena – De metro. Sabes, ele perguntou por ti.
Tânia – E o que é que eu tenho a ver com isso?
Madalena – Nada. Só te disse mais nada.
Tânia – Ok. Vamos.

domingo, 10 de junho de 2012

5º Capitulo – “Os seus olhos…”




Tânia


Depois de tudo o que se passou naquele dia, só queria ir para casa e ir dormir, coisa que praticamente foi impossível pois a minha mãe obrigou-me a jantar. Apesar da fome não ser muita, ainda comi um pouco, só mesmo para satisfazer a minha mãe. Assim que acabei de comer fui logo para o quarto. Estava sem paciência nenhuma, como é que aquele jogadorzeco me deixou sem paciência? Fogo, que nervos. Mas ainda bem que nunca mais o vou voltar a ver. Foi quando estava distraída nos meus pensamentos que a minha irmã veio bater à porta.
Catarina – Posso?
Tânia – Claro. O que é que se passa?
Catarina – Isso pergunto eu. O que é que se passa contigo?
Tânia – Nada.
Catarina – Nada, não. Quer dizer a mãe faz Bacalhau com Natas, que é o teu comer favorito e tu não comes quase nada.
Tânia – Eu não tinha fome.
Catarina – Sim, logo tu que comes de cinco em cinco minutos.
Tânia – Eishhh, que exagero.
Catarina – Exagero nada. Diz lá o que se passa.
Tânia – Uns problemas. Mas nada que já não se tenha resolvido.
Catarina – Tem a ver com o Flávio?
Tânia – Porquê é que todos os meus problemas têm de envolver o Flávio?
Catarina – Não têm. Só perguntei porque sempre que estás assim tem a ver com ele.
Tânia – Pois mas desta vez não tem por isso se faz favor não toques no nome dele.
Catarina – Pronto já percebi que não queres falar mais portanto vou me embora.
Tânia – Não, espera.
Catarina – Que foi?
Tânia – Tenho uma novidade.
Catarina – Vá desembucha.
Tânia – Arranjei, quer dizer a Madalena arranjou uma entrevista para um part-time no Estádio da Luz.
Catarina – A sério!? E é quando a entrevista?
Tânia – Amanhã.
Catarina – Então boa sorte.
Tânia – Obrigada.
Catarina – Vou ter com a mãe.
Tânia – Ok. E olha conta-lhe de entrevista.
Catarina – Está descansada que conto.
Assim que falou saiu e eu fui arrumar a mochila para o dia seguinte e escolher a roupa que iria usar amanhã. Depois de arrumar a mochila e escolher a roupa, fui escolher as botas que iria levar e quando me abaixei para tiraras botas, reparei numa caixa que estava debaixo da cama. Tirei-a e sentei-me na cama com ela a meu colo, abri-a e as recordações que estavam naquela caixa acertaram em mim que nem uma flecha. Percorri aquelas fotos com um sorriso, até que vi um envelope e abri-o, saltou logo á vista fotos do Flávio. Fotos estas que tiramos quando ainda namorávamos e fotos que eu lhe tirava por simplesmente me apetecia. Fui vendo todas as fotos até que uma me faz olhar para ela ainda com mais atenção.
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Esta foto sempre me deixou com um sorriso na cara e desta vez não foi exceção. Lembrei-me daquele dia como se tivesse sido ontem. Apanhei-o completamente distraído mas era assim que ele ficava mais lindo. Aquele sorriso que deixa qualquer uma a babar-se pelos cantos, os seus olhos… Aí Tânia para de pensar nele.
Voltei a pôr as fotos na caixa e arrecadei-a outra vez debaixo da cama. Só quero pôr este capítulo da minha vida para trás das costas.
Deitei-me e adormeci no instante. Ainda acordei algumas vezes durante a noite mas nada que não desse para voltar a adormecer.
Acordei antes do despertador e então fui tomar um banho longo visto que ainda pensava nas fotos de ontem. Vesti-me o melhor que pude para estar apresentável para a entrevista e como estava um pouco frio a roupa que vestia era um pouco quente.
clip_image004Tomei o pequeno-almoço e dirigi-me para a escola. Assim que cheguei, olhei para o relógio e este marcava 7:40min, ainda faltava 35 minutos para tocar, então da mala tirei o maço dos cigarros e agarrei num cigarro e acendi-o. Estava muito bem a fumar quando o Flávio apareceu juntamente com um amigo. Assim que me viu, deixou o amigo e veio ter comigo.
Flávio – Deve ter caído um santo do altar. – Falou-me com o seu sorriso que lhe é tão característico.
Tânia – Porquê? – Falei-lhe com um tom de desprezo.
Flávio – Estares aqui tão cedo, sem a Madalena é de admirar.
Tânia – E tu o que é que tens a ver com isso?
Flávio – Calma boneca.
Tânia – Calma, nada. O que é que queres?
Flávio – Só te vim fazer companhia.
Tânia – Não preciso da tua companhia.
Dito isto levantei-me, não estava para o aturar mas ele impediu-me agarrando-me no braço. Ficamos com as caras bastante próximas, estava a reunir todas as forças mas cada vez mais as nossas caras estavam próximas e…

sábado, 2 de junho de 2012

4º Capítulo – “ Ui! Que estou cheio de medo!”


Madalena


         Madalena : Tu não és jogador do Benfica?
Desconhecido – Sim, sou o …
Madalena – Rodrigo, nós sabemos.
Rodrigo – Pois parece que sou muito conhecido.
Madalena – Até parece que não estás habituado a seres reconhecido.
Rodrigo – Por acaso nunca me habituei. Mas ainda não sei os vossos nomes.
Madalena – Pois! Eu sou a Madalena e ela a Tânia.
Estava tão distraída a falar com o Rodrigo que nem reparei o que é que a Tânia estava a fazer e quando reparei ela estava a olhar fixamente para o Flávio. Mas porque é que ela ainda se interessa por ele e olha para ele quando está um rapaz destes a falar connosco. Reparei que ela ia acender um cigarro e ia repreende-la mas o Rodrigo apressou-se a faze-lo.
Rodrigo – Sabes o mal que isso te faz?
Tânia – Sei.
Rodrigo – Então porque é que fumas?
Tânia – Olha lá, mas eu conheço-te de algum lado para me estares a repreender. Vê se vais fazer o que sabes fazer de melhor e não me chateies os miolos.
Rodrigo – Não é preciso responderes assim. Eu só estava a alertar-te.
Tânia – Eu em casa tenho uma pessoa a quem eu chamo mãe, se ela não me chateia com isso não vais ser um jogadorzeco que o vai fazer. Porque alias à muitos jogadores que fumam.
Rodrigo – Diz-me um.
Tânia – Aquele do Manchester City.
Rodrigo – Quem?
Tânia – É um preto italiano.
Rodrigo – Não sei quem é. – Ele estava numa de a provocar ainda mais e eu estava a adorar de ver eles a picarem-se um ao outro. Pus-me a pensar que eles dariam um bom casal.
Tânia – Sabes sim, não queres é dizer.
Rodrigo – Não sei não.
Tânia – Sabes sim portanto diz senão.
Rodrigo –  Senão o que, vais bater-me é?
Tânia – Se for preciso vou.
Rodrigo – Então força. Já sofri pior, não vai ser um estalo que vou me queixar.
Tânia – Não te vou mandar estalo nenhum. Queimo-te com o cigarro.
Rodrigo – Ui! Que estou cheio de medo!
Tânia – Já alguma vez te disseram que és bastante irritante.
Rodrigo – Por acaso não. És a primeira.
Tânia – Eles devem ter uma paciência de um santo.
Rodrigo – Diz que sim. E então a Madalena tem a paciência de mil santos para te aturar. Sim porque só um não chega com certeza.
Tânia – Sabes uma coisa adeus. Não estou para te aturar.
Rodrigo – Adeus. Manda cumprimentos à família.
Ela nem respondeu, provavelmente ficou sem resposta o que é muito raro visto que ela tem sempre a resposta na ponta de língua.
Madalena – Acho que mereces um prémio.
Rodrigo – Porquê?
Madalena – Porque com a última frase deixaste-a sem resposta e acredita ela tem sempre resposta.
Rodrigo – Ah ok. Mas ela não parecia estar muito bem.
Madalena – Ela acabou com o namorado no início do Verão e não se viam desde então. E agora voltaram se a ver e beijaram-se e está naquela se gosta ou não gosta dele. Aquelas tretas todas que dá cabo da cabeça a uma pessoa.
Rodrigo – Mas o que é que ele lhe fez?
Madalena – Traiu-a e ela apanhou-o. Mas não foi a primeira vez. Já a traiu p’ra aí três vezes.
Rodrigo – A sério? Mas será que ela não abre os olhos e vê o que tem em frente dela é uma pessoa completamente otária.
Madalena – Pois mas ela é muito ingénua.
Rodrigo – Não me pareceu isso.
Madalena – Mas é, acredita. Mas tenho de ir embora que já tocou para a entrada.
Rodrigo – Ok. Adeus então. Gostei de vos conhecer.
Madalena – Eu também.
Despedimo-nos com um beijinho na cara e fui para a aula. Lá encontrei a Tânia e só de me lembrar do episódio de à pouco só me dava vontade de rir mas ainda assim controlei-me. Sentei-me ao lado dela e o professor deu inicio à aula. Ao fim de algum tempo o stor mandou-nos fazer trabalhos em grupo com o colega de carteira e assim aproveitei para falar com ela do que se tinha passado.
Madalena – Ainda estás chateada?
Tânia – Eu não estou chateada.
Madalena – Estás sim.
Tânia – Não estou não. Estou irritada é isso que estou.
Madalena – Porquê?
Tânia – Porquê?! Ainda perguntas?
Madalena – Estás assim porque não aguentas-te o facto de ele te responder sempre à letra?
Tânia – Não é isso. É o facto de ele se meter na minha vida enquanto eu não o conheço de lado nenhum.
Madalena – Mas tu conhecia-lo, ele é que não te conhecia. E aliás ele estava a fazer aquilo para te provocar.
Tânia – Isso sabia eu.
Madalena – Ele também estava todo de sorrisinhos para ti, tu é que não viste e continuavam-se a provocar.
Tânia – Olha vamos fazer mas é os exercícios.
Madalena – Sim, agora desvia a conversa.
Não falamos mais no assunto pois sabia que se tocasse mais no assunto ela passava-se comigo.


Rodrigo

Depois daquele episódio com a Tânia dirigi-me para o Marquês de Pombal pelo caminho que elas me tinham indicado. Ainda fui abordado algumas vezes mas pouco tempo depois lá cheguei ao sítio, onde já todos me esperavam.
Nelson Oliveira – Fogo estava a ver que não.
Witsel – Mesmo a sério. Ficaste a dormir foi?
Rodrigo – Calma. Perdi-me e tive de pedir indicações, só isso.
 Aimar – Isso explica tudo mas agora vamos que já estamos atrasados.
Fomos então todos para o treino que nesse dia era no Estádio da Luz e era aberto aos adeptos.
O treino até correu relativamente bem. Fui para casa e almocei. Como ia passar a tarde sem fazer nenhum decidi ligar ao Bruno (César) para vir jogar PES, lógico que ele concordou logo e pouco tempo já cá estava em casa.
Tivemos grande parte a jogar mas deu-nos a fome e fomos lanchar.
Bruno – Ouve lá, o que é que se passa contigo?
Rodrigo – Comigo, nada.
Bruno – Viraste mentiroso foi. Dá bem para ver que estás estranho.
Rodrigo – Já te disse que não se passa nada. Fogo, que chato.
Bruno – Isso envolve rapariga.
Rodrigo – Pronto, piraste de vez.
Bruno – Ahahaha! Então envolve mesmo. Quem é ela?
Rodrigo – Não é ninguém.
Bruno – É sim, meu. A tua cara não engana.
Rodrigo – Pronto. O que é que queres saber?
Bruno – Como é que ela se chama? É de onde? Onde a conheces-te e como? E talvez a idade.
Rodrigo – Chama-se Tânia, creio que é cá de Lisboa e conhecia ao pé do Liceu Camões. Foi a ela e a uma amiga dela que pedi indicações. Quanto à idade não faço a mínima quantos anos ela tem.
Bruno – Até sabes algumas coisinhas para quem a conheceu hoje.
Rodrigo -   Cala-te e come que é para irmos jogar.
Bruno – Sim. Ta bem.
Depois desta ligeira troca de palavras, continuamos a jogar até á hora de jantar. Aí ele foi-se embora pois tinha combinado umas coisas e fiquei sozinho. Jantei, vi um pouco de TV e depois fui para a cama visto que estava um pouco cansado.
Foi na cama que a Tânia me veio ao pensamento e sorri ao relembrar o que se tinha passado. Será que a voltarei a ver?